Analise do Capitalismo.
O Capitalismo é um sistema que passou
por duas grandes crises. A primeira ficou próxima de 60 anos (1890 a 1945) e a
segunda já está nos patamares de 45 anos (1970 há os dias atuais). Nas duas
encontramos os mesmos elementos ainda que exista alguma diferença; a semelhança
da natureza, dos eventos é o mesmo. É como se fosse à queima de peças de
cerâmicas; seja qual for o tamanho da peça o tempo de queima e o resfriamento
do pós-queima é o mesmo.
Na primeira grande crise os elementos que a gestaram já
existiam no início da década de 90 do século XIX e, foram ficando cada vez mais
fortes até o ano de 29 do século XX (o desastre que ficou conhecido como “Crash
da Bolsa New York de 29”), os elementos continuaram com força até o evento da
segunda guerra, que chegando ao seu desfecho pôs fim a o período da primeira
grande crise do capitalismo.
Vejamos então quais foram os principais elementos deste
nefasto e prolongado momento histórico do Capitalismo Mundial: A tendência de
elevação das dividas públicas; o fortalecimento de gigantescas corporações; o
enfraquecimento dos governos, democráticos ou não, diante do poderio econômico e
da influência das corporações, principalmente na geopolítica; o mundo
dividiu-se em dois blocos que duelaram entre si, numa mistura de impérios e
países de um lado junto com corporações e a mesma composição no outro lado; a
luta por controle de matéria prima; queda na taxa de lucro na produção; e
fortalecimento do capital fictício e desregulação do sistema financeiro, por
fim a concentração de riqueza e a elevação da miséria no mundo como um todo.
Estes foram os principais elementos que comporão o período de 1890 á 1945 onde
tivemos três desastres com profundas marcas para a humanidade Duas Guerras e
uma aguda depressão econômica.
Vejamos agora o período da segunda grande crise; os elementos
que produziram a atual crise econômica têm sua origem histórica nos primeiros
anos da década de 70 do século XX e já estamos no ano de 2015 com um pouco mais
ou um pouco menos entramos na casa de 40 anos. E não podemos negar que todos os
elementos do primeiro período estejam presentes nesta nova realidade histórica.
Os críticos insistirão que não vivenciamos genocídios e nem
guerras equivalentes ao os terríveis eventos da primeira metade do século XX. Contudo
terão de concordar que guerra ou genocídios existem e por si já não merecem ser
medidos. Dois fatores são importantes aqui; o fato de que os motivos que os
criaram continuam existindo, e os argumentos que nos leva a acreditar que
blocos não se confrontaram novamente são os mesmo. Portanto é o sistema
Capitalista que provoca e mantém os atuais genocídios e as guerras; e os
argumentos, segundo o qual, a tecnologia está tão avançada; que nenhum governo
seria insano, o suficiente, para provocar outro confronto direto, permanece nos
artigos dos defensores da atual ordem.
Outro ponto importante é o fato de que a gestão da crise em
ambos os período ocuparam o mesmo espaço de tempo para atingir seu pico, com
uma diferença muito pequena de um para o outro. Como já vimos no início deste
texto à crise de 1929 começou a ser gestada nos anos 90 do XIX, um pouco para
baixo ou um pouco pra cima, no sentido cronológico, mas temos então algo
próximo de 39 anos. A atual começa nos anos 70 do século XX e nos apresenta algo
bem próximo de 39 anos.
A primeira dentre outras conclusões que podemos apresentar
desta avaliação das semelhanças entre as crises é que nada mudou. Isso equivale
dizer que estamos na esfera da chamada Era da modernidade com sua sociedade
industrial e que todas as forças sociais, políticas e econômicas lutam entre si
com a mesma intensidade, havendo sim uma maior proporcionalidade, mas, por
causa de tudo isso, nada de novo se apresentou, no sentido da dinâmica do
Sistema. O Capitalismo mantém, portanto sua natureza, sua força e seus atores.
Mas isso não é tudo mantém também suas contradições.
Carlos Magno Lucena Martins
Adamião Próspero.
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